Centro Espírita Fraternidade Lorena São Paulo - Brazil

Educação - texto retirado do site da FEB - Federação Espírita Brasileira

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É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova é necessário homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.

Não basta à criança os elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. É nisso em que menos se tem cuidado. Presta-se mais atenção em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, do que as suas virtudes. Na escola, como na família, há muita negligência em esclarecê-la sobre os seus deveres e sobre o seu destino. Portanto, desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência, ela, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as ciladas, a todos os arrebatamentos da paixão, num meio sensual e corrompido.

Mesmo no ensino secundário, aplicam-se a atulhar o cérebro dos estudantes com um acervo indigesto de noções e fatos, de datas e nomes, tudo em detrimento da educação moral. A moral da escola, desprovida de sanção efetiva, sem ideal verdadeiro, é estéril e incapaz de reformar a sociedade.

Mas pueril ainda é o ensino dado pelos estabelecimentos religiosos, onde a criança é apossada pelo fanatismo e pela superstição, não adquirindo senão idéias falsas sobre a vida presente e a futura. Uma boa educação é, raras vezes, obra de um mestre. Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, é preciso às vezes a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de um pai ou de uma mãe pode ser suscetível. Se os pais não conseguem corrigir os filhos, como é que poderia fazê-lo o mestre que tem um grande número de discípulos a dirigir?

Essa tarefa, entretanto, não é tão difícil quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Pequenos e grandes podem preenchê-la, desde que se compenetrem do alvo elevado e das conseqüências da educação. Sobretudo, é preciso nos lembrarmos de que esses Espíritos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Estudemos desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a aniquilar as más. Não lhe devemos dar muitas alegrias, pois é necessário habituá-la desde logo à desilusão, para que possa compreender que a vida terrestre é árdua e que não deve contar senão consigo mesma, com seu trabalho, único meio de obter a sua independência e dignidade. Não tentemos desviar dela a ação das leis eternas. Há obstáculos no caminho de cada um de nós; só o critério ensinará a removê-las.

A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Suponhamos cada família iniciada nas crenças espiritualistas sancionadas pelos fatos e incutindo-as aos filhos, ao mesmo tempo que a escola laica lhes ensinasse os princípios da Ciência e as maravilhas do Universo: uma rápida transformação social operar-se-ia então sob a força dessa dupla corrente.

Todas as chagas morais são provenientes da má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas bases  traria à Humanidade conseqüências  inestimáveis. Instruamos a juventude, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos-lhe a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria consiste em nos tornarmos melhores. (1)

 

 

109. — O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?

 

— O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.

Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.

Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.

Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos. (14)

 

 

Mensagem de Guillon Ribeiro (Espírito)

 

Mestres e educadores, preceptores e pais colaboram, ao lado uns dos outros, em meio às esperanças do Cristo, dinamizando esforços em favor de crianças e jovens, na mais nobre intenção de aproximá-los do Mestre e Senhor, Jesus.

Urge que assim seja, porque o tempo mais propício à absorção das novas idéias, que mais favorece a tarefa educativa do homem, é o seu período de infância e juventude. Sem dúvida que a maturidade exibe  valiosa soma das experiências adquiridas, embora tantas vezes amargue o dissabor das incrustações perniciosas absorvidas ao longo do caminho...

Eis, pois, o Amor convocando servidores do Evangelho para a obra educativa da Humanidade!

Abençoados os lidadores da orientação espírita, entregando-se afanosos e de boa vontade ao plantio da boa semente! (2)

 

112. — Como renovar os processos de educação para a melhoria do mundo?

— As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade excelsa do Cristo.

 

113. — Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?

— O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença.

O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo?

Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade.

Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.

Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se faz para a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira. (15)

 

 

Educa

 

Na semente minúscula reside o germe do tronco benfeitor.

No coração da terra, há melodias da fonte.

No bloco de pedra, há obras-primas de estatutária.

Entretanto o pomar reclama esforço ativo.

(...) Deus está em nós quando estamos em Deus.

Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.

Educa e edificarás o paraíso na Terra.

Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo. (16)

 

Frutos e Sementeiras

 

Estamos, filhos, vendo os primeiros resultados da Campanha de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil no Torrão Brasileiro.

Florescerá, por certo, a Árvore do Evangelho. Os campos verdes serão cobertos de extensas ramagens.

Hão de surgir os frutos, após as flores.

Tempo de crescimento, de floração!

Olhos embevecidos, muitos contemplarão a obra divina com o coração tomado de santo respeito.

Virão os frutos. E olhos cobiçosos desejarão interferir na plantação abençoada.

Vereis muitas flores e frutos pelo chão; talvez galhos decepados impiedosamente.

Bom será quando todo o campo oferecer a visão maravilhosa da luz radiante; entretanto, o trabalho é de todos.

Os frutos caídos, ó bênção do Céu, voltarão a terra e darão novas germinações. As flores não se perderão na adubagem do terreno.

É acalentador preservemos a sementeira com os cuidados próprios, todavia, não pranteemos os frutos cobiçados, os galhos decepados. Novo vigor darão à terra.

Lembremo-nos de que a sementeira é divina e a promessa do amanhã vitorioso cumprir-se-á, apesar dos esforços negativos.

Assim, avancemos para diante, revigorando-nos na energia que mana dos altos sólios, olvidando o mal, não lastimando a fronde bela e altaneira cobrir-se de apodos, mas esperando sempre o renascer do dia para as colheitas abençoadas.

Não importa o vento adverso, a tempestade, ou a fagulha que destrói; há sempre a flor da Esperança — a luz divina do Coração Celeste que abençoa, renova, acerta, restaura, aduba, fortifica.

O trabalho está bem esquematizado, tanto quanto nos permitem as ligações entre os dois planos que estão conjugados na mesma santa e divina labuta.

Sigamos para diante. Vençamos as dificuldades, estejamos vigilantes em nossos setores de ação, prontos a retificar, renovar, ajudar.

Que nosso Divino Amigo ampare os seareiros de boa-vontade conduzindo-os pelas alamedas floridas do bem, para a vitória do amanhã.

Deus, nosso Pai, renove vossas energias, filhos amados, é a prece constante do amigo de sempre. (6)

 

Bezerra

 

(Mensagem recebida pela médium Maria Cecília Paiva, em 25-5-1978, na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro-RJ.)

 

 

A natureza humana

 

O problema do mal resolve-se pela educação, compreendendo-se por educação o apelo dirigido aos potenciais do espírito. Educar é salvar. Através do trabalho ingente da educação, consegue-se transformar as trevas em luz, o vício em virtude, a loucura em bom senso, a fraqueza em vigor. Tal é em que consiste a conversão do pecador.

Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acreditava piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psique humana.

Sua atuação se efetuou sempre nesse sentido. Jamais o encontramos abatendo o ânimo ou aviltando o caráter do pecador, fôsse esse pecador um ladrão confesso, fôsse um adúltera apupada pela turbamulta. “Os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doentes”; tal o critério que adotava. Invariavelmente agia sobre algo de puro e de incorruptível que existe no Espírito do homem.

Firmado em semelhante convicção, sentenciava com autoridade: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.” Esta sentença só podia ser proferida por quem não alimentava dúvidas sobre os destinos humanos. Interpelado sobre a vinda do reino de Deus, retruca o Mestre: “O reino de Deus não virá sob manifestações exteriores; porque o reino de Deus está dentro de vós.” O apóstolo das gentes, inspirado em idêntico conceito a respeito do homem, proclama igualmente: “O templo de Deus, que sois vós, é santo. Ignorais, acaso, que sois santuários de Deus, e que o Espírito divino habita em vós?”

Para isso se destinam. Assim compreendia Paulo de Tarso, consoante se infere desta sua asserção: “... tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos (crentes) até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, a estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude do Cristo”.

A larga parábola que temos a percorrer em demanda do Modelo é obra de educação, educação que se transforma em auto-educação.

Kant, o filósofo, assim compreende a educação: “Desenvolver no indivíduo toda a perfeição de que ele é suscetível: tal o fim da educação.”

Pestalozzi, o pedagogista consumado, diz: “Educar é desenvolver progressivamente as faculdades espirituais do homem.”

João Locke, grande preceptor, se expressa desta maneira sobre o assunto: “Educar é fazer Espíritos retos, dispostos a todo momento a não praticarem  coisa alguma que não seja conforme à dignidade e à excelência de uma criatura sensata.”

Lessing, autoridade não menos ilustre, compara  a obra da educação à obra da revelação, e diz: “A educação determina e acelera o progresso e o aperfeiçoamento do homem.”

Fröbel, o criador do “Kindergarten” (Jardim da Infância), afirmava que em toda criança existe a possibilidade de um grande homem.

Denis, o incomparável apóstolo do Espiritismo, proferiu esta frase lapidar: “A educação do Espírito é o senso da vida.”

Diante do que aí fica, será preciso acrescentar que o objetivo da religião é educar o Espírito? “Se o sal tornar-se insípido, para que servirá?

Como Jesus, os educadores, dignos de tal nome, crêem firmemente na reabilitação dos maus. Os novos apóstolos do Cristianismo não virão dos seminários, mas do magistério bem compreendido e melhor sentido.

O maior bem que se pode fazer ao homem é educá-lo. Os educadores, cientes e conscientes de seu papel, são os verdadeiros benfeitores da Humanidade. Cooperar pela ressurreição do Espírito é proporcionar-lhe o sumo bem; nada mais valioso se lhe pode fazer. Tal a missão do Cristo de Deus neste mundo. Por esse ideal ele se deu em holocausto no patíbulo da cruz.

A Humanidade precisava de um modelo, de uma obra acabada que refletisse em sua plenitude a majestade divina. Esse arquétipo nos foi dado no Filho de Deus. Os modelos devem ser imitados. (9)

 

 

No Mastro a Bandeira da Renovação

 

Eis-nos voltados para o Infinito, observando que o vento da esperança agita novamente a bandeira da difusão do Evangelho de Jesus entre as crianças.

Minha alma se engalana para festejar tão belo evento.

Novamente, a Casa de Ismael faz elevar os sons estridentes das trombetas para anunciar ao mundo que se encontra de pé à frente da programação que levará aos mais longínquos recantos da Terra a Mensagem de Vida Eterna.

Nas mentes infantis é que, realmente, encontraremos o campo propício para a sementeira divina.

Mas não teremos, meus irmãos e amigos, terreno fértil para a germinação dessas sementes, sem o cuidado e o carinho que o agricultor dedica às plantas delicadas e sensíveis às intempéries.

Sem assistência, elas serão sufocadas pelas enxurradas de lama e detritos das paixões dos que, ainda em maioria, necessitam de provas coletivas.

Só os fortes, os que ouvem a voz do seu Pastor, que são ovelhas do redil do Divino Mestre, encontrarão forças para testemunhar que o Cristo é o Rei, nosso Senhor, e que somente nEle obteremos a redenção.

Estejam certos, pois, que a luta será grande; mas, como provaremos ao mundo que estamos seguindo as pegadas de Jesus se não nos esforçarmos por dar os mesmos exemplos que Ele nos deu?

Avante, companheiros da Caravana, não permitais que o vento da esperança deixe de agitar a Bandeira por vós novamente içada no Mastro da Renovação.

Paz, muita paz. Perseverança, meus queridos amigos. (7)

Carlos Lomba

 

 (Mensagem recebida pelo médium Olympio Giffoni, na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro-RJ, aos 13-10-1977, e transcrita de “Reformador”, janeiro de 1978, pág. 16.)

 

 

Evangelizar

 

Ao término do século XX, o século chamado de luzes, estamos convocando os obreiros de boa vontade para a tarefa divina de evangelizar.

Evangelho é sol nas almas, é luz no caminho dos homens, é elo abençoado para união perfeita.

Evangelizemos nossos lares, meus filhos, doando à nossa família a bênção de hospedarmos o Cristo de Deus em nossas casas.

A oração em conjunto torna o lar um santuário de amor onde os Espíritos mais nobres procuram auxiliar mais e mais, dobrando os talentos de luz que ali são depositados.

Evangelizemos nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de novas experiências, à procura da evolução espiritual.

Sabemos que a Terra é um formoso Educandário e o Mestre Divino, de sua cátedra de Amor, exemplifica pela assistência constante, o programa a ser tratado.

Evangelizemos nossos companheiros de trabalho, pelo exemplo na conduta nobre, pelo perdão constante.

Evangelizemo-nos, guardando nossas mentes e nossos corações na bênção dos ensinos sublimes.

Estamos na Terra mas alistamo-nos nas fileiras do Cristianismo para erguermos  bem alto a bandeira da luz do Mestre Divino: “Amai-vos uns aos outros como vos tenho amado.”

Evangelizemos.

O tempos são chegados, os corações aflitos pedem amparo, os desesperados suplicam luz.

Há um grito que ressoa pelo infinito!

Pai, socorre-nos!

Filhos, somente através do Evangelho vivido à luz da Doutrina Espírita encontrará o homem a paz, a serenidade e o caminho do amor nobre.

Conclamamos os corações de boa vontade:

Evangelizem;

Evangelizemos.

Acendamos a luz dos ensinos divinos para que a Terra se torne um sol radioso no infinito, conduzindo uma Família humana integrada nos princípios da vida em hosana ao seu Criador.

Filhos, peçamos ao Pai inspiração e prossigamos para o alto porquanto somente Cristo com o Seu saber e o Seu coração de luz poderá iluminar nossos caminhos. (8)

 

Bezerra

 

(Mensagem recebida pela médium Maria Cecília Paiva, na Federação Espírita Pernambucana, em reunião pública do dia 18 de julho de 1979.)

 

 

Filhos

 

“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais, no Senhor, porque isto é justo.” — Paulo. (Efésios, 6:1.)

 

Se o direito é campo de elevação, aberto a todos os espíritos, o dever é zona de serviço peculiar a todos os seres da Criação.

Não somente os pais humanos estão cercados de obrigações, mas igualmente os filhos, que necessitam vigiar a si mesmos, com singular atenção.

 Quase sempre a mocidade sofre de estranhável esquecimento. Estima criar rumos caprichosos, desdenhando sagradas experiências de quem a precedeu, no desdobramento das realizações terrestres, para voltar, mais tarde, em desânimo, ao ponto de partida, quando o sofrimento ou a madureza dos anos lhe restauram a compreensão.

Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana.

É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do espírito do Cristo, porque semelhante atitude é justa.

Se muitas vezes os pais se furtam à claridade do progresso espiritual, escolhendo o estacionamento em zonas inferiores, nem mesmo nas circunstâncias dessa ordem seria razoável relegá-los ao próprio infortúnio. Claro está que os filhos não devem descer ao sorvedouro da insensatez ou do crime por atender-lhes aos venenosos  caprichos,  mas encontrarão sempre o recurso adequado para retribuírem aos benfeitores os inestimáveis dons que lhes devem.

Não nos esqueçamos de que o filho descuidado, ocioso ou perverso é o pai inconsciente de amanhã e o homem inferior que não fruirá a felicidade doméstica. (17)

 

 

Criança e Escola

 

Nesse pequenino que passa caminha o futuro.

A criança é o sorriso da vida embelezando o mundo.

Amemos esse infante, oferecendo-lhe os elementos para se transformar num cidadão honrado.

Transformemos nosso lar em escola de bênçãos e nos façamos mestres em nome do amor para a santificante tarefa de edificação superior.

Eduquemo-lo, disciplinando-lhe os impulsos, mas não esqueçamos de nos disciplinar, também, para que a nossa voz possua o calor do exemplo eu lhe assinale a observação com a força da realização.

Por isso, não nos esqueçamos de que ensinar é igualmente sofrer.

O primeiro passo de quem ensina deve ser dado no sentido de educar-se.

Não se educa sendo deseducado. Não se disciplina sem estar disciplinado.

A criança — argila frágil, base de toda construção social — é, antes de tudo, uma copiadora, E é nesse particular que se avulta o valor da Escola.

A Escola não é apenas um templo dedicado à instrução. É um altar para o culto  da educação e um santuário para o amor.

Abram-se escolas e o crime fugirá da Terra.

Favoreçam-se nas Escolas primárias com as luzes do amor e da bondade, e as guerras se transformarão em artes macabras do passado.

Em todos os tempos a Escola tem sido a força mais poderosa que o mundo conhece, fazendo a campanha contra a ignorância, o maior adversário do espírito humano.

No sentido positivo, edificando, educa, no sentido negativo danificando o caráter.

Educa-se, pois, bem ou mal, segundo as próprias possibilidades.

Quando amamos, porém, educamos sempre bem, porque o amor que se eleva sabe escutar aquela voz diferente, da razão, que corrige e repara incessantemente.

Saudemos  a criança com a Escola — essa nobre modeladora das gerações humanas. (5)

Amélia Rodrigues

 

Esse Tesouro

 

Acompanhe com o olhar esse pequenino, lodacento e roto, que passa pelo seu caminho.

Siga-o, a distância, e viva com ele as experiências de um dia de descuido e solidão.

Esperança fanada em plena manhã dos sorrisos atravessa o dia da juventude para tombar, mais tarde, inquieto e cansado, na furna do crime...

Sem ninguém, experimenta, somente, o desdém de uns e o receio de outros. Moleque de rua é, no entanto, abençoada promessa que o tempo destruirá.

Não lhe custaria muito falar a esse pequenino, sorrir para ele e dar-lhe algo do seu carinho. Positivamente, não lhe seria difícil.

De um humilde gesto do seu coração muitas flores nasceriam nesse menino, atapetando-lhe o caminho.

O coração infantil é urna valiosa. Deposite a sua contribuição para o futuro.

A mente infantil é campo virgem. Semeie dignidade, ensinando com a nobreza do seu exemplo.

A criança é um tesouro: a mais valiosa fortuna que o mundo conhece, por ser a única a perpetuar, através do tempo, a dádiva da vida.

Você fala sobre caráter e se esquece desses meninos...

Você estabelece diretrizes educacionais e não equaciona os problemas desses pequeninos...

Você respeita na instrução a grandeza do século, mas não oferece a esses sorrisos a se apagarem  no rosto infantil a oportunidade de brilharem sempre...

Você se alegra com uma fé religiosa e abandona esses rebentos da vida que seguem ao seu lado.

Lembre-se da infância em todos os dias da vida. Desses “pedacinhos de gente” que marcham para a morte moral e daqueles que enfeitam as ambições dos seus planos surgirá o mundo de amanhã. Eles dependem de você. Cidadãos ou bandidos do futuro, aguardam hoje pelo seu socorro.

Eduque — e traçará linhas de caráter.

Reeduque — e estará retificando, com muita probabilidade de êxito, os deveres ontem negligenciados.

Instrua — e propicie recursos de ver.

Se os amar, porém, você fará algo mais: evangelizá-los-á.

Evangelizar é redimir.

Evangelizar uma criança é como honrar o mundo com a grandeza de deveres maiores, adornando o futuro de gemas valiosas.

Quando você ensina, transmite.

Quando você educa, disciplina.

Mas quando você evangeliza, salva.

Instruído, o homem conhece; educado, vence; evangelizado, serve sem cansaço, redimindo-se.

Não se detenha! (4)

Amélia Rodrigues

 

 

Não te afastes

 

“Mas livra-nos do mal.” — Jesus. (Mateus, 6:13.)

 

A superfície do mundo é, indiscutivelmente, a grande escola dos espíritos encarnados.

Impossível recolher o ensinamento, fugindo à lição.

Ninguém sabe, sem aprender.

Aliás, a sabedoria do Cristianismo não consiste em insular o aprendiz na santidade artificialista, e, sim em fazê-lo ao mar largo do concurso ativo de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção.

O Mestre não fugiu aos discípulos; estes é que fugiram dEle no extremo testemunho. O Divino Servidor não se afastou dos homens; estes é que o expulsaram pela crucificação dolorosa.

A fidelidade até ao fim não significa adoração perpétua em sentido literal; traduz, igualmente, espírito de serviço  até ao último dia de força utilizável no mecanismo fisiológico.

Se desejas, pois, servir com o Senhor Jesus, pede a Ele te liberte do mal, mas que não te afaste dos lugares de luta, a fim de que aprendas, em companhia dEle a cooperar na execução da Vontade Celeste, quando, como e onde for necessário.

 

De modo geral, quase todos os crentes se dispõem ao ensino e ao conselho, prontos ao combate espetaculoso e à advertência humilhante ou vaidosa, poucos surgindo com o desejo de servir, em silêncio, convencidos de que toda a glória pertence a Deus. (18)

 

Mensagem da Criança ao Homem

 

Cap. VIII — Item 4

 

Construíste palácio que assombram a Terra; entretanto, se me largas ao relento, porque me faltem recursos para pagar hospedagem, é possível que a noite me enregele de frio.

*

Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais, garantindo os próprios tesouros; contudo, se me negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro a fim de pegar o pão, receio morrer de fome.

*

Levantaste universidades maravilhosas, mas, se me fechas a porta da educação, porque eu não possua uma chave de ouro, temo abraçar o crime, sem perceber.

*

Criaste hospitais gigantescos; no entanto, se não me defendes contra as garras da enfermidade, porque eu não te apresente uma ficha de crédito, descerei bem cedo ao torvelinho  da morte.

*

Proclamas o bem por base da evolução; todavia, se não tens paciência para comigo, porque eu te aborreça, provavelmente ainda hoje cairei na armadilha do mal, como ave desprevenida no laço do caçador.

*

Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te de mim!...

Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.

Não te peço o máximo que alguém talvez te venha a solicitar em meu benefício...

Rogo apenas o mínimo do que me podes dar para que possa viver e aprender. (19)

 

Meimei

 

 

 

Roteiro Juvenil

 

Meu jovem amigo.

A mocidade cristã é primavera bendita de luz, anunciando o aperfeiçoamento da Terra.

Aceita, com ânimo firme, o roteiro que o Mestre Divino nos oferece.

Coração terno.

Consciência limpa.

Mente pura.

Sentimento nobre.

Conduta reta.

Atitude valorosa.

Disposição fraternal.

O coração aberto às sugestões do bem aclara a consciência, dilatando-lhe a grandeza.

A consciência sem mancha ilumina a mente, renovando-lhe o poder.

A mente purificada sublima o sentimento, elevando-lhe as manifestações.

O sentimento enobrecido orienta a conduta, mantendo-a nos caminhos retos.

A conduta irrepreensível determina a atitude valorosa no desempenho do próprio dever e no trabalho edificante.

O gesto louvável conduz à fraternidade, em cujo clima conquistamos a compreensão, o progresso e o mérito.

Coração aberto à influência de Jesus para enriquecer a vida...

Disposição fraternal de servir incessantemente às criaturas, para que o amor reine, soberano...

Eis, meu amigo, em suma, o roteiro juvenil com que a mocidade cristã colaborará no aprimoramento do mundo.

Que o Senhor nos abençoe. (20)

Emmanuel

 

Página à mocidade

 

Meu filho, guarda o facho resplendente da fé por tesouro íntimo, honrando o suor e as lágrimas, a vigília e o sofrimento de quantos passaram no mundo, antes de ti, para que pudesses receber semelhante depósito.

Lembra-te dos que choraram esquecidos no silêncio e dos que sangraram de dor, para que ostentasses a tua flama de esperança, e dispõe-te a defendê-la ainda mesmo com sacrifício, para que a Terra de amanhã surja melhor.

A disciplina é guardiã de tua riqueza interior, como o ideal é a chama que te revela o caminho.

Nada amarga tanto ao coração que perder a confiança em si próprio, como alguém que se arroja às trevas depois de haver possuído a garantia da luz.

Segue aprendendo, amando e servindo...

Compadece-te dos que se recolheram à vala do pessimismo, proferindo maldições contra a vida, que é doação e bênção de Deus; socorre os que se consideram vencidos à margem da estrada, ensinando-lhes que é possível levantar para o recomeço da luta, e respeita, nos cabelos brancos que te precedem, a branda claridade que a experiência acendeu para os lidadores da frente.

Dignifica, sobretudo, a responsabilidade em ti mesmo, reconhecendo que o dever a cumprir é a Vontade do Senhor que situa, nas criaturas e circunstâncias mais próximas de nosso espírito, o serviço mais importante que nos compete realizar.

Não olvides que todos os valores da luz têm adversários na sombra e que só o trabalho incessante no bem alimenta em nossa alma o gênio da vigilância, invisível sentinela de nossa segurança e vitória.

Atravessa o dia da existência, no ingente esforço de fazer o melhor, e, construindo o bem de todos, que será sempre o nosso maior bem, sentirás na cintilação das estrelas, quando vier a noite, o enternecido beijo do Céu, preparando-te o despertar. (21)

Emmanuel

 

Página do moço espírita cristão

 

“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza.” — Paulo

I TIMÓTEO, 4:12

Meu amigo da cristandade juvenil, que ninguém te despreze a mocidade.

Este conselho não é nosso. Foi lançado por Paulo de Tarso, o grande convertido, há dezenove séculos.

O apóstolo da gentilidade conhecia o teu soberano potencial de grandeza. A sua última carta, escrita com as lágrimas quentes do coração angustiado, foi também endereçada a Timóteo, o jovem discípulo que permaneceria no círculo dos testemunhos de sacrifício pessoal, por herdeiro de seus padecimentos e renunciações.

Paulo sabia que o moço é o depositário e realizador do futuro.

Em razão disso, confiava ao aprendiz a coroa da luta edificante.

Que ninguém, portanto, te menoscabe a juventude, mas não te esqueças de que o direito sem o dever é vocábulo vazio.

Ninguém exija sem dar ajudando e sem ensinar aprendendo sempre.

Sê, pois, em tua escalada do porvir, o exemplo dos mais jovens e dos mais velhos que procuram no Cristo o alvo de suas aspirações, ideais e sofrimentos.

Consagra-te à palavra e consoladora.

Guarda a bondade e a compreensão no trato com todos os companheiros e situações que te cercam.

Atende à caridade que te pede estímulo e paz, harmonia e auxílio para todos.

Sublima o teu espírito na glória de servir.

Santifica a fé viva, confiando no Senhor e em ti mesmo, na lavoura do bem que deve ser cultivada todos os dias.

Conserva a pureza dos teus sentimentos, a fim de que o teu amor seja invariavelmente puro, na verdadeira comunhão com a Humanidade.

Abre as portas de tua alma a tudo o que seja útil, nobre, belo e santificante, e, de braços devotados ao serviço da Boa-Nova, pela Terra regenerada e feliz, sigamos com a vanguarda dos nossos benfeitores ao encontro do Divino Amanhã. (22)

Emmanuel

 

 

Servir para Merecer

 

Levantemo-nos para viver como alunos dignos do educandário que nos recolhe!

Encarnados o desencarnados, unamo-nos no dinamismo do bem para situar, sempre mais alto, a nossa oportunidade de elevação.

É inútil transmitir a outrem o dever que nos compete, porque o tempo inflexível nos aguarda, exigindo-nos o tributo da experiência, sem o qual não nos será possível avançar no progresso justo.

Todos possuímos escabroso pretérito por ressarcir, e, dos quadros vivos desse passado delituoso, recolhemos compulsoriamente os reflexos dos nossos laços inferiores que, à maneira de raízes do nosso destino, projetam sobre nós escuras reminiscências.

Todos temos aflições e dúvidas, inibições e dificuldades, e, sem elas, certamente estaríamos na posição da criatura simples, mas selvagem e primitivista, indefinidamente privada do benefício da escola.

Clareemos o cérebro no estudo renovador e limpemos o coração com o esmeril do trabalho, e, então, compreenderemos que o Senhor nos emprestou os preciosos dons que nos valorizam a existência, não para rendermos culto às facilidades sem substância, engrossando a larga fileira dos pedinchões e preguiçosos inveterados, mas sim para que sejamos dignos companheiros da luz, caminhando ao encontro de seu amor e de sua sabedoria, com os nossos próprios pés.

Saibamos, assim, aprender a servir para merecer. (23)

Batuíra

 

Página da Fé

 

Entretanto, não podemos trair a excelsitude do mandato que nos foi confiado.

Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.

É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.

Nosso programa essencial na luta é o aprimoramento próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.

Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegendo no bem o sistema invariável de nosso reto pensamento e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cruzada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Universo e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis. (24)

Célia Xavier

 

 

Pequeninos

 

No mundo, resguardamos zelosamente livros e pergaminhos, empilhando compêndios e documentações, em largas bibliotecas, que são cofres fortes do pensamento.

Preservamos tesouros artísticos de outras eras, em museus que se fazem riquezas de avaliação inapreciável.

Perfeitamente compreensível que assim seja.

A educação não prescinde da consulta ao passado.

 

*

Acautelamos a existência de rebanhos e plantações contra flagelos supervenientes, despendendo milhões para sustar ou diminuir a força destrutiva das inundações e das secas.

Mobilizamos verbas astronômicas, no erguimento de recursos patrimoniais devidos ao conforto da coletividade, tanto no sustento e defesa das instituições, quanto no equilíbrio e aprimoramento das relações humanas.

Claramente normal que isso aconteça.

É indispensável prover as exigências do presente com todos os elementos necessários à respeitabilidade da vida.

 

*

Urge, entretanto, assegurar o porvir, a esboçar-se impreciso, no mundo ingênuo da infância.

Abandonar pequeninos ao léu, na civilização magnificente da atualidade, é o mesmo que levantar soberbo palácio, farto de viandas, abarrotado de excessos e faiscante de luzes, relegando o futuro dono ao relaxamento e ao desespero, fora das portas.

A criança de agora erigir-se-nos-á fatalmente em biografia e retrato depois. Além de tudo, é preciso observar que, segundo os princípios da reencarnação, os meninos de hoje desempenharão, amanhã, junto de nós, a função de pais e conselheiros, orientadores e chefes.

Não nos cansemos, pois, de repetir que todos os bens e todos os males que depositarmos no espírito da criança ser-nos-á devolvidos. (25)

Emmanuel

 

 

Resposta do Além

 

Minha irmã: Valho-me do “correio do outro mundo” para responder à sua carta, cheia da sensibilidade do seu coração de mulher.

Pede-me a senhora o concurso de espírito desencarnado para a solução de problemas domésticos no setor de educação aos filhinhos que Deus lhe confiou. Conforta-me, sobremaneira, a sua generosidade; entretanto, minha amiga, a opinião dos mortos, esclarecidos na realidade que lhes constitui o novo ambiente, será sempre muito diversa do conceito geral.

A verdade que o túmulo nos fornece renova quase todos os preceitos que nos pautavam as atitudes.

Aí no mundo, entrajados no velho manto das fantasias, raros pais conseguem fugir à cegueira do sangue. De orientadores positivos, que deveríamos ser, passamos à condição de servidores menos dignos dos filhos que a Providência nos entrega, por algum tempo, ao carinho e ao cuidado.

Na Europa, trabalhada pelo sofrimento, existem coletividades que já se acautelam contra os perigos da inconsciência na educação infantil entre mimos e caprichos satisfeitos. Conhecemos, por exemplo, um rifão inglês que recomenda: — “poupa a vara e estraga a criança”. Mas, na América, geralmente, poupamos os defeitos da criança, para que o jovem nos deite a vara logo que possa vestir-se sem nós. Naturalmente que os britânicos não são pais desnaturados, nem monstros que atormentem os meninos na calada da noite, mas compreenderam, antes de nós, que o amor, para educar, não prescinde da energia e que a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento.

Dentro do Novo Mundo, e principalmente em nosso País, as crianças são pequeninos e detestáveis senhores do lar que, aos poucos, se transformam em perigosos verdugos. Enchemo-las de brinquedos inúteis e de carinhos prejudiciais, sem a vigilância necessária, diante do futuro incerto. Lembro-me, admirado, do tempo em que se considerava herói e genitor que roubasse um guizo para satisfazer a impertinência de algum pequerrucho traquinas e, muitas vezes recordo, envergonhado, a veneração sincera com que via certas mães insensatas a se debulharem em pranto pela impossibilidade de adquirir uma grande boneca para a filhinha exigente. A morte, todavia, ensinou-me que tudo isso não passa de loucura do coração.

É necessário despertar a alegria e acender a luz da felicidade em torno das almas que recomeçam a luta humana, em corpos tenros e, muita vez, enfermiços. Fora

tirania doméstica subtraí-las ao sol, ao jardim, à Natureza. Seria crime cerrar-lhes o sorriso gracioso, com os ralhos inoportunos, quando os seus olhos ingênuos e confiantes nos pedem compreensão. Entretanto, minha amiga, não cogitamos de proporcionar-lhes a alegria construtiva, nem nos preocupamos com a sua felicidade real. Viciamo-las simplesmente.

Começamos a tarefa ingrata, habituando-lhes a boca às piores palavras da gíria e incentivando-lhes as mãos pequenas à agressividade risonha. Horrorizamo-nos quando alguém nos fala em corrigenda e trabalho. A palmatória e a oficina destinam-se aos filhos alheios. Convertemos o lar, santuário edificante que a Majestade Divina nos confia na Terra, em fortaleza odiosa, dentro da qual ensinamos o menosprezo aos vizinhos e a guerra sistemática aos semelhantes. Satisfazendo-lhes os caprichos, dispomo-nos a esmagar afeições sublimes, ferindo nossos melhores amigos e descendo aos fundos abismos do ridículo e da estupidez. Fiéis às suas descabidas exigências, falhamos em setenta por cento de nossas oportunidades de realização espiritual na existência terrestre. Envelhecemo-nos prematuramente, contraímos dolorosas enfermidades das alma e, quase sempre, só reconhecem alguma coisa de nossa renúncia vazia, quando o matrimônio e a família direta os defrontam, no extenso caminho da vida, dilatando-lhes obrigações e trabalhos. Ainda aí, se a piedade não comparece no quadro de suas concepções renovadas, convertem-nos em avós escravos e submissos.

A morte, porém, colhe nossa alma em sua rede infalível para que nos aconselhemos, de novo, com a verdade. Cai-nos a venda dos olhos e observamos que os nossos supostos sacrifícios não representavam senão amargoso engano da personalidade egoística. Nossas longas vigílias e atritos angustiosos eram, apenas, a defesa improfícua de mentiroso sistema de proteção familiar. E humilhados, vencidos, tentamos debalde o exercício tardio da correção. Absolutamente desamparados de nossa lealdade e de nossa previdência, por se manterem viciados pela nossa indesejável ternura, os filhos de nosso amor rolam, vida a fora, aprendendo na aspereza do caminho comum. É que, antes de serem os rebentos temporários de nosso sangue, eram companheiros espirituais no campo da vida infinita e, se voltaram ao internato da reencarnação, é que necessitavam atender ao resgate, junto de nós outros, adquirindo mais luz no entendimento. Não devíamos cercá-los de mimos inúteis, mas de lições proveitosas, preparando-os, em face das exigências da evolução e do aprimoramento, para a vida eterna.

Desse modo, minha amiga, use os seus recursos educativos compatíveis com o temperamento de cada bebê, encaminhando-lhes o passo, desde cedo, na estrada do trabalho e do bem, da verdade e da compreensão, porque as escolas públicas ou particulares instruem a inteligência, mas não se podem responsabilizar pela edificação do sentimento. Em cada cidade do mundo pode haver um Pestalozzi que coopere na formação do caráter infantil, mas ninguém pode substituir os pais na esfera educativa do coração. (26)

 

 

Velho Apólogo

 

Observou o Supremo Pai que o Homem, filho de seu amor e herdeiro  de sua sabedoria, tateava angustiado nas trevas da ignorância, errando no vale escuro da Morte... Recomendou então ao Tempo a condução do peregrino das sombras à claridade da Terra onde o filho infeliz aprenderia a ciência da Vida com a Verdade, para que o túmulo não mais perturbasse o caminho eterno...

Nasceu o Homem, na esfera carnal e, cuidadosa, a mestra Verdade procurou-o em pequenino. Os zeladores do infante, todavia, pais a título precário, afugentaram-na revoltados.

— O menino é nosso! — gritaram possessos de egoísmo — é cedo, muito cedo para a intromissão da realidade.

E segregaram o aprendiz miúdo num berço de rendas mentirosas.

Ao invés de revelar-lhe a condição de usufrutuário da escola terrena, conferiam-lhe perigosas ilusões. Afirmaram-lhe que o mundo era propriedade dele, que era superior aos semelhantes, que era, em suma, o único ser digno de respirar na atmosfera planetária. Incitaram-no a dominar sempre, fosse como fosse, a vencer de qualquer modo, ainda mesmo quando o sofrimento e a miséria lhe clamassem piedade e justiça.

Quando o Homem pôs o pé fora do lar, na puberdade, era um diabo mirim. Sabia espancar, depredar, humilhar, impor-se e ferir...

Notou a Verdade que grandes obstáculos se interpunham entre ambos, mas aproximou-se e ofereceu-lhe o tesouro que trazia.

O fedelho sorriu, cínico, e objetou:

— Nada disto. Quero viver por mim mesmo.

Recolheu-se a orientadora, sem desânimo.

Aprumando-se o interessado em plena juventude, voltou a presenteá-lo com o patrimônio imperecível.

O rapaz exclamou, desdenhoso:

— Estou muito moço ainda! seguirei sem muletas.

Retraiu-se a sublime condutora. Decorridos alguns anos, informou-se de que o tutelado bebera novos conhecimentos nas fontes do mundo e regressou, esperançada, ao convívio dele, oferecendo-lhe os bens eternos. Sobraçando pesados compêndios, o aprendiz fujão, dessa vez, gargalhou, simiesco, declarando:

— Tenho a Terra. Não preciso do Céu. Estou bastante preocupado com questões imediatas para internar-me em problemas longínquos! a sugestão é prematura!...

Refugiou-se a instrutora  nas vizinhanças, aguardando outro ensejo...

Quando o aluno refratário à lição se consorciou para converter-se em pai provisório de outros aprendizes na escola terrestre, tornou a buscá-lo, abrindo-lhe o acesso à espiritualidade superior. O protegido recusou recebê-la.

— Vivo sobremaneira ocupado... não posso cogitar de enigmas transcendentes... — assegurou.

 A incansável benfeitora passou então a visitá-lo, periodicamente, na expectativa de modificação repentina.

Assim é que o Homem lhe apresentava os mais variados pretextos, em troca de oferenda divina.

— Hoje, não. Tenho a mulher enferma.

— Enquanto meus filhos estiverem desassossegados.

— Depois. Antes de tudo, é indispensável  garantir o futuro da prole.

— Minha cabeça estala!

— Assumi outros compromissos, não sou livre...

— Doente como estou, não arredarei  pé de casa...

— Não posso faltar ao clube.

A Verdade jamais desanimou. Procurava-o, de muitos modos, cada semana. O hábil esgrimista do raciocínio, contudo, dispunha de golpes inesperados. Esquivou-se maciamente, enquanto lhe sobravam vigor e saúde. Quando se viu, porém, valetudinário e encanecido, fez-se vítima e desculpava-se, afiançando:

— Sinto-me fatigado como nunca...

— É imprescindível espichar os anos.

— Estou velho em demasia para renovar-me...

Surgiu, no entanto, um dia em que identificou singulares diferenças em si mesmo. Aterrado, verificou que a carne senescente esta flácida e descontrolada. O sangue engrossava-se-lhe nas veias. A epiderme semelhava-se ao pergaminho. Os ossos rangiam, quebradiços.

A Morte impassível acercou-se dele, tentando cerrar-lhe os olhos, mas o infeliz clamou por ajuda. Socorreu-o a Ciência com picadas e beberagens. A Fé orou sentidamente, junto ao leito acolhedor.

O mísero, porém, temendo a escuridão do sepulcro, bradava para dentro do próprio coração:

— A Verdade! quero a Verdade!...

A benfeitora, reconhecendo-o novamente cego, viu-se inibida de atender. Inclinando-se-lhe aos ouvidos, esclareceu:

— Agora é tarde...

O moribundo suplicou a intervenção do Tempo, mas o Tempo escusou-se, informando, inflexível:

— Agora, será necessário esperar...

E a Morte, querida e detestada, respeitada e incompreendida, aproximou-se serenamente, baixou o pano e concluiu:

— Agora, é comigo. Tratarei de seu caso. (27)

 

  

Ante a Mocidade

 

Na infância o homem aprende. Na juventude apreende. Na madurez das forças e da inteligência compreende... Nem todos, porém...

Por esse motivo, o adulto orienta, graças à compreensão que tem da vida e à apreensão amadurecida dos fatos vividos, que lhe servem de divisor equilibrado, selecionador racional dos legítimos para os inautênticos valores éticos.

O jovem ouve e entende; todavia, porque as atrações do inusitado o conduzem à rebelião e à experiência pessoal, reage e impõe, violenta a razão que ainda não assimilou e parte em busca da vivência pessoal.

A vida, no entanto, para ser alcançada em plenitude, impõe o contributo da reflexão.

Num período a aprendizagem; noutro a vivência.

Permutar a ordem dos valores  é perturbar o equilíbrio. Fruir antes de dispor dos requisitos significa exaurir os depósitos de forças ainda não realizadas, nem organizadas.

Inútil, portanto, afadigar-se pela sofreguidão na busca de “coisa nenhuma”.

Cada realização a seu turno; cada conquista à hora própria.

Aplica a tua mocidade na realização da paz interior, ao invés de arrojar-se na intoxicação do desvario.

Há sempre tempo para quem não deve, enquanto são curtos os dias para quem se debate nas aflições dos resgates que se aproximam e não possui reservas para libertação dos compromissos...

Jesus é porta, é caminho, é pão.

Chama e espera; convida e prossegue; nutre, porém, conclama o candidato à própria iluminação.

O mundo é escola. Cada qual se movimenta nas suas classes conforme aspira para si mesmo: felicidade ou ruína.

Reencarnar num lar cristão-espírita constitui acréscimo da misericórdia do Senhor, que, impede, por antecipação, as escusas e justificativas do candidato, se este elege o fracasso ou o atraso na marcha.

Não te enganes, nem te permitas anestesiar os centros felizes da consciência ainda não atormentada por atividades ou atitudes infelizes.

O bem é sempre melhor para quem o pratica e a paz é sempre mais tranqüilizante para quem pode fitar o passado sem empalidecer de constrangimento ou coroar de remorso e dor...

Firma-te, meu filho, nos postulados da Doutrina Libertadora e nada receies. (3)

 

 

 

 

Oração dos Jovens

 

Mestre Amado!

Aceita-nos o coração em teu serviço, e, Senhor, não nos deixes sem a tua lição.

Ensina-nos a obedecer na extensão do bem, para que saibamos administrar para a glória da vida.

Corrige-nos o entusiasmo, a fim de que a paixão inferior não nos destrua.

Modera-nos a alegria, afastando-nos do prazer vicioso.

Retifica-nos o descanso, para que a ociosidade não nos domine.

Auxilia-nos a gastar o Tesouro das Horas, distanciando-nos das trevas do Dia Perdido.

Inspira-nos a coragem, sustando-nos a queda nos perigos da precipitação.

Orienta-nos a defesa do Bem, do Direito e da Justiça, a fim de que não nos convertamos em simples joguetes da maldade e da indisciplina.

Dirige-nos os impulsos, para que a nossa força não seja mobilizada pelo mal.

Ilumina-nos o entendimento, de modo a nos curvarmos, felizes, ante as sugestões da Experiência e da Sabedoria, a fim de que a humildade nos preserve contra as sombras do orgulho.

Senhor Jesus, nosso Valoroso Mestre, ajuda-nos  a estar contigo, tanto quanto estás conosco!

Assim seja. (28)

 

Clama sem Cessar

 

Educar a infância é semear o bom grão; é preparar uma nova  sociedade, é criar um novo mundo onde habitará a justiça; onde reinará a solidariedade, garantindo o pão para todas as bocas, e a fraternidade, a todos oferecendo ensejo de revelarem suas capacidades. É tempo de reconhecermos essas verdades. O Espiritismo, tendo por escopo principal promover a transformação do indivíduo, não pode permanecer por mais tempo alheio ao processo cuja eficácia é indiscutível na melhoria individual e social: a educação que, iniciada na infância, se transforma, no adulto, em auto-educação, realizando o sábio imperativo evangélico: Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que estás nos céus.

Léon Denis, o grade apóstolo da Terceira Revelação, proferiu a seguinte sentença:

“O Espiritismo será o que os homens o fizerem.” Esta frase do eminente e destacado filósofo, com franqueza, impressionou-me mal, durante muito tempo. Eu não me acomodava com o conceito de Denis. Achava que ele foi infeliz naquela expressão, porque, argumentava comigo mesmo: O Espiritismo é a Verdade e a Verdade é o que é e não o que os homens pretendem que seja.

Mais tarde, porém, com a reserva de experiências que fui acumulando, verifiquei que Léon Denis tem toda a razão no que disse a propósito da Doutrina Espírita. Realmente, as coisas se passam neste mundo, tal qual o conceito daquele conspícuo pensador. As palavras são as vestes das idéias. Os homens as interpretam segundo os seus interesses e pendores pessoais, das suas escolas e partidos. É assim que eles mudam as vestiduras de uma idéia para outra, muito diversa, e, insistindo nessa troca, acabam conseguindo que o falso passe como verdadeiro, o irreal como pura evidência. A história humana está repleta de fatos dessa espécie.

Cumpre, agora, indagar: Que pretendem os homens fazer do Espiritismo, desviando-o de sua finalidade, precípua e verdadeira, que é, como desdobramento do Cristianismo, acender o facho da luz no interior das consciências, regenerando e reformando o homem através da Educação, tal como exemplificou o Divino Mestre em sua passagem por este mundo?

Espíritas que me ouvis: Voltai vossa atenção para a escola  — solução única de todos o problemas, dizendo com Jesus: Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles, é o reino dos céus. (10)

 

 

 

 

Renovação pela Educação

 

Educar é tirar de dentro para fora e não introduzir de fora para dentro.

Todos possuem em estado de latência poderes e faculdades maravilhosas cujo desenvolvimento harmônico e progressivo deve constituir o objeto da Educação.

Se os nossos esforços se focalizarem numa determinada faculdade deixando as demais em abandono, produziremos indivíduos anômalos constituindo povos desequilibrados, verdadeiros aleijões morais.

É precisamente esse quadro doloroso que nos apresenta o panorama internacional, onde as nações não conseguem encontrar o equilíbrio que as mantenha dentro do ritmo natural da Vida.

Já ensinou o inigualável Educador de Nazaré que só há um pecado e uma virtude: esse pecado é o egoísmo e essa virtude é o amor. O mais tudo, seja na esfera do mal, seja na esfera do bem, são efeitos que daqueles dois elementos decorrem.

A inteligência, atendendo  aos reclamos egoístas, constrói sobre a areia. Suas obras, portanto, não oferecem estabilidade e segurança, ruindo, a cada passo, sob o fragor das paixões desencadeadas. Tratados e convênios, pactos e ajustes jamais solucionarão o problema da paz internacional tampouco aqueles de ordem social interna, como o pauperismo, o desemprego, a orfandade, o vício e o crime. Só a educação sob o seu aspecto harmônico e congruente, conjurará as nossas velhas e debatidas questões. Qualquer outra medida não passará de paliativos aleatórios e estéreis, conforme os fatos vêm demonstrando cabalmente.

Eduque-se o sentimento, cultive-se a ciência do bem que é a ciência do coração, e ver-se-á a moléstia decrescer, e a enferma entrar em franca convalescença.

Urge dar essa orientação ao problema educacional. A Humanidade precisa ser reformada. Do interior do homem velho cumpre tirar o homem novo, a nova mentalidade cujo objetivo será desenvolver o amor na razão direta do combate às multiformes modalidades em que o egoísmo se desdobra. A renovação do caráter depende da renovação dos métodos e processos educativos.

Inspiremo-nos nas seguintes palavras do inolvidável Apóstolo dos Gentios: Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que saibais qual é a boa perfeita vontade de Deus. (11)

 

 

A meta atingida

 

“Que mais é a educação senão a arte de transformação ordenada e progressiva da personalidade, arte que,  depois de residir na escola em um poder alheio passa ao cuidado próprio e que, plenamente compreendida nesta segunda fase do seu desenvolvimento, se estende desde o retoque de uma linha, desde a modificação de uma idéia, um sentimento e um hábito, até as reformas mais vastas e profundas, até as plenas conversões que, à maneira de Saulo de Tarso, imprimem à vida inteira novo sentido, nova orientação e como que apagam dentro de nós a alma que havia e criam uma outra alma? Arte soberana, em que se resume toda a superioridade da nossa natureza, toda a dignidade do nosso destino, tudo que nos eleva sobre a condição da coisa ou do animal; arte que nos converte, não em escravos da Fatalidade, porque isso não é próprio de homens, nem o foi dos deuses, mas sim, em rivais dela, depois de alcançar que deixemos de ser seus escravos.

Os verdadeiros sacerdotes do Cristianismo de Jesus, não são, portanto, os que se dedicam às cerimônias e aos ritualismos do culto externo, mas sim os educadores, cônscios do seu papel, que procuram, pela palavra e pelo exemplo, despertar os poderes internos, as forças espirituais latentes dos seus educandos.

Tais são, de fato, os continuadores e colaboradores da divina missão do Mestre Nazareno.

E só assim, a meta será atingida. (12)

 

 

Evolução e Educação

 

Educar é tirar do interior. Nada se pode tirar de onde nada existe. É possível desenvolver nossas potências anímicas, porque realmente elas existem no estado latente. A evolução resulta da involução. O que sobe da Terra é o que desceu do céu.

A verdade não surge de fora, como em geral se imagina: procede de nós mesmos, “O reino de Deus (que é o da verdade) não se manifesta com expressões externas, por isso que o reino de Deus está dentro de vós.” Educar é extrair do interior e não assimilar do exterior. É verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo gradativamente com a verdade total que a tudo abrange. É a luz própria, que bruxuleia em cada ser, que vai aumentando de intensidade à medida que se aproxima do Foco Supremo, donde proveio. É a vida de cada indivíduo que se aprofunda e se desdobra em possibilidades quanto mais se identifica ele com a Fonte Perene da Vida Universal. “Eu vim a este mundo para terdes vida, e vida em abundância.

O juízo que fazemos de tudo quanto os nossos sentidos apreendem no exterior está invariavelmente de acordo com as nossas condições interiores. Vemos fora o reflexo do que temos dentro. Somos como a semente que traz seus poderes germinativos ocultos no âmago de si própria. As influências externas servem apenas para despertá-los.

Educar é evolver de dentro para fora, revelando, na forma perecível, a verdade, a luz e a vida imperecíveis e eternas, por isso que são as características de Deus, a cuja imagem e semelhança fomos criados. (13)

 

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Bibliografia

1. DENIS, Léon. Depois da Morte. 17. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1991, p. 309-312.

2. Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na Opinião dos Espíritos. 3. ed. FEB, 1986. Rio de Janeiro, p. 26-27.

3. FRANCO, Divaldo Pereira. Sementes de Vida Eterna. Ed. LEAL, Salvador – BA. 1978, p. 208-209.

4. Sementeira da Fraternidade. 2. ed. LEAL, Salvador – BA. 1978, p. 117-118.

5. Idem, p. 209-210.

6. Reformador – fevereiro de 1979, p. 53.

7. Reformador – outubro de 1982, p. 309.

8. Reformador – maio de 1990, p. 133.

9. VINÍCIUS. Em Torno do Mestre. 7. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1999, p. 118-121.

10. VINÍCIUS. O Mestre na Educação. 3. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1982, p. 110 a 113.

11. p. 93 a 96.

12. p. 38 a 39.

13. p. 33 a 34.

14. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. 22. ed. FEB, Rio de Janeiro, 2001, p.72.

15. Idem, p. 74-75.

16. Fonte Viva. 25. ed. FEB, 2000. Rio de Janeiro, p. 75-76.

17. Idem, p. 286.

18.Vinha de Luz. 15. ed. FEB, 1998. Rio de Janeiro, p. 125-126.

19. O Espírito da Verdade. 12. ed. FEB, 2000. Rio de Janeiro, p. 225-226.

20.  Correio Fraterno. 5. ed. FEB, 1998, p. 68.

21. Idem, p. 108-109.

22. Idem, p. 43-44.

23. Instruções Psicofônicas. 7. ed. FEB, 1995. Rio de Janeiro, p. 39-40.

24. Idem, p. 120.

25. Luz no Lar. 8. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1997, p. 94-95.

26. Lázaro Redivivo. 10. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1995, p. 72-75.

27. Luz Acima. 8. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1993, p. 131-133.

28.  Alvorada Cristã. 10. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1991, p. 199-200.